Projeto de extensão GRUA 2021: Ciclo de trajetórias com artes e ciências sociais
Essa ação de extensão visa promover um ciclo de debates sobre artes e ciências sociais a partir de pesquisas desenvolvidas por integrantes do Grupo de Reconhecimento de Universos Artísticos/Audiovisuais (GRUA). Com base em debates relativos a conhecimentos que envolvem os campos das artes e das ciências sociais, temos como objetivos:
- Desenvolver reflexões sobre os modos como as artes e a cultura operam no âmbito social; contribuir com reflexões que salientam morfologias e composições de campos intelectuais interdisciplinares; aproximar pesquisadoras/es interessadas/os nos referidos campos; aprofundar relações entre academia e sociedade civil através do desenvolvimento de ações relacionados às artes e culturas em seu caráter reflexivo; estabelecer conexões entre pesquisadoras/es estudantes e artistas de diferentes regiões e instituições no sentido de criar redes nacionais; proporcionar relações com pesquisadoras/es estudantes e artistas de outros países com vistas à formação de redes internacionais.
O cinema (e outras expressões artísticas) como representação política: casos de movimentos, grupos e coletivos
Com base na ideia de representação política, proposta sobretudo por certa corrente multiculturalista – a compreender relações entre representantes e representados -, busca-se investigar movimentos ou coletivos cinematográficos e artísticos que representam grupos (bem como minorias e/ou “subalternidades”). Para tanto, serão analisadas representações por meio de linguagens fílmicas, artísticas e midiáticas, e seus discursos “ao redor”, quais sejam, dos realizadores das imagens, suas trajetórias e a recepção. Pretende-se verificar em quais aspectos movimentos e coletivos cinematográficos e artísticos representam grupos e, inversamente, como e se os mesmos se sentem representados.
Projeto coordenado por Eliska Altmann.
Museus e cidades em análise comparativa
A partir de análise comparativa, este projeto visa: 1. Entender os atuais processos de musealização e artificação do espaço urbano nos polos de criatividade para a criação de imagens de cidades globais; 2. Entender como as políticas museais, protagonistas destes processos, têm sido objeto da crítica de movimentos sociais contra a ocupação autoritária da cidade; 3. Entender como a negociação com agentes de políticas públicas e movimentos sociais tem transformado os museus, modificando também o lugar da arte na esfera pública.
Projeto coordenado por Sabrina Parracho Sant’Anna.
A digitalização das formas expressivas e a digitalização da cultura
O objetivo geral da pesquisa é indagar sobre as conseqüências específicas da digitalização das formas expressivas e as conseqüências amplas da digitalização da cultura a partir da construção de etnobiografias com produtores audiovisuais e da análise de seus projetos/obras. O surgimento desses produtores parece se apresentar como um processo específico de uma tendência mais ampla de digitalização da cultura.
Projeto coordenado por Tatiana Bacal.
Qual é o papel de uma cinemateca na América Latina? A formação e os dissensos na Unión de Cinematecas de América Latina (UCAL)
A criação da “Unión de Cinematecas de América Latina” (UCAL), em 1965, visa dar visibilidade e articulação às jovens cinematecas latino-americanas, ocupando um vazio institucional gerado pela saída em bloco de nossas instituições da Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF), em 1960, em apoio à saída da Cinemateca Francesa da organização.
A Crise de 1959/60 no seio da FIAF é gerada pelo debate em torno do conceito de “cinemateca”, em sua missão de preservação e difusão. No entanto, por trás deste debate se encontra um processo gerado paradoxalmente pelas próprias cinematecas, a saber, a constituição de um mercado do patrimônio cinematográfico.
Por sua vez, a segunda metade dos anos 1960 pode ser interpretada como a consolidação ideológica do Nuevo Cine Latinoamericano (NCL), na medida em que já não se fala em nome de cinematografias nacionais, mas de uma cinematografia de caráter subcontinental, embora se reconheça as singularidades de cada país.
Portanto, não é mera coincidência o fato de os principais textos teóricos do NCL terem sido redigidos nesse contexto. Desse modo, da segunda metade dos anos 1960 e ao longo da década seguinte, o NCL se formaliza e busca postular os seus preceitos e pressupostos, formando um processo diversificado e múltiplo. E no interior deste processo se encontra os debates ocorridos na UCAL, sobretudo na discussão sobre a redefinição do conceito de cinemateca na América Latina. Portanto, o nosso intuito é compreender os discursos que atravessam a “instituição cinemateca” em nossos países no seio da UCAL, tomando o NCL como um vetor chave neste processo.
Projeto coordenado por Fabián Nuñez.
Etnografia e Imagem
Projeto realizado pelo NEXTimagem, coordenado por Marco Antonio Gonçalves, Eliska Altmann e Tatiana Bacal.
Temos como objetivo pesquisar relações entre imagens e produção etnográfica. Partimos do pressuposto de que imagens (fotos e filmes, em particular) assumem um papel produtivo e colaborativo no discurso etnográfico.
Nesse sentido, imagens não são modos de ilustrar ou evidenciar um texto escrito considerado propriamente como etnográfico, e filmes são resultados de encontros etnográficos e de perspectivas teóricas.
Deste projeto fez parte a oficina “Imagem, cinema e antropologia: criação do filme etnográfico”, que teve como resultado curtas realizados por alunos, e a realização do longa-metragem “Das nuvens pra baixo” (Direção: Marco Antonio Gonçalves e Eliska Altmann).
Coleção Cinema em livro: Eduardo Coutinho
A coleção “Cinema em Livro: Eduardo Coutinho”, editada e publicada pela 7Letras, reúne cientistas sociais e cineastas para escreverem sobre 19 documentários do diretor.
Cada filme “visto por…” intitula um livro, estabelecendo diálogos (ou jogos) entre dois campos: o das ciências sociais e o do cinema documentário, com suas tensões e proximidades.
Da coleção já foram publicados 15 livros-ensaios. Projeto coordenado por Tatiana Bacal e Eliska Altmann.
“Passinho foda”: dança, som, imagem e viralização da periferia digital
O passinho como recente manifestação do funk carioca, é uma modalidade de dança urbana protagonizada por jovens, adolescentes e crianças que sampleiam movimentos de diferentes danças urbanas a partir da ‘base’ do passinho, além do próprio fenômeno da dança modular a sonoridade do funk, diminuindo letras e aumentando as BPMs.
Se o passinho se configurou como um novo fenômeno cultural nos anos 2000, destaca-se a presença protagonista da internet, no sentido de que explodiram no youtube curtos vídeos dos dançarinos em ação.
Partindo do agenciamento do vídeo, propomos sua etnografia e seguimos suas películas, algumas internas e outras externas. Se há algo que o passinho tem a ensinar é de uma socialidade digital, acústica, cinética e imagética.
Projeto coordenado por Emílio Domingos e Tatiana Bacal.
Culturas visuais e auditivas contemporâneas
O projeto pretende explorar culturas visuais e auditivas contemporâneas no atual contexto de globalização da cultura, a partir do diálogo entre uma variedade de trabalhos em interdisciplinaridade com a sociologia: sociologia urbana, sociologia da cultura, sociologia da comunicação, sociologia visual, sociologia da música, antropologia, etnomusicologia, estudos culturais, estudos visuais, comunicação…
Na tentativa de caracterizar a experiência urbana contemporânea a partir das suas dimensões visuais e auditivas, a reflexão será concentrada na discussão e crítica sobre materiais utilizados, a fim de desenhar e desenvolver pesquisas originais.
Projeto coordenado por Jorge de La Barre vinculado à disciplina homônima ministrada no PPGS/UFF.